sábado, 24 de dezembro de 2011

Jornalista Dr Jozé Mauricio, entrevista pre- candidato a prefeito Paullo Luiz R

Com declaradas pretensões eleitorais na próxima disputa municipal de 2012, o ex-prefeito Paulo Luís Rabello fala ao ‘Blog Popular’ sobre suas expectativas, além de expor suas ideias e ideais.


Formulamos algumas perguntas, que ele assim respondeu:


BP - “Paulo Luís. Na exclusiva qualidade de cidadão e contribuinte, como é que você analisa a atual administração do Município?”


PL – “Eu esperava que desse continuidade à administração que foi iniciada e foi deixada em 2008, em 31 de dezembro de 2008; porque o dinheiro público tem de ter continuidade, seguimento; ele não teve seguimento naquilo que foi plantado anteriormente. Em todas as administrações passadas, nada foi destruído. Para que se possa colher algum fruto, precisamos regar aquilo que foi plantado anteriormente. Isso me decepciona muito, pois muitas coisas que foram deixadas no dia 31 de dezembro foram abandonadas pela atual administração”.


BP – “E quanto à Câmara Municipal? Faça sua avaliação”


PL – “Essa Câmara não é muito boa. Tenho notado, tenho lido, e tenho notícias de várias pessoas que são minhas amigas, de que os vereadores têm corrido os gabinetes de Belo Horizonte e Brasília, procurando recursos. Logicamente, não são todos. Existem exceções que praticam esse benefício para Três Pontas. Eu tenho conhecimento de quatro vereadores (ou até cinco), que procuram recursos em Belo Horizonte. Não tenho conhecimento de outros vereadores. Realmente, há vereadores muito bons, com capacidade para exercer o cargo no Legislativo. Nós temos, por exemplo, a Alessandra, o Sérgio, o Erick, o Zé Henrique, a Catarina, que têm demonstrado procurar recursos para o Município. Eu não tenho conhecimento dos outros vereadores, o que eles alocaram para o Município. Não chegou até mim, até hoje, nem na mídia escrita ou radiofônica, uma notícia diferente dessa. Quem tem lutado pelo Município, junto com o Poder Executivo, somente esses cinco vereadores”.


BP – “Você pretende se lançar candidato a prefeito em 2012?”


PL – “Já procurei o presidente de meu partido, Sérgio Silva, e coloquei a ele o meu nome, como pré-candidato a prefeito. Vou aguardar a convenção para que, se não tiver outro nome, que consagre o meu nome. Mesmo se tiver disputa interna, no partido, eu vou lançar o meu nome”.


BP – “Um dos seus aliados – o PT -, pelo que declarou recentemente o presidente do partido, deve lançar candidatura própria a prefeito. Como é que você recebe a notícia de afastamento do Partido dos Trabalhadores de sua base de apoio?”


PL – “Eu recebo com muita naturalidade. Eu estive num almoço, domingo próximo passado, e lá foi dito pelo deputado Odair Cunha que a candidatura e o apoio a candidaturas em Três Pontas, do PT, passaria pelo diretório. Somente o diretório pode resolver isso. Eu vejo com naturalidade, e como o PT é um partido muito democrático, tenho certeza de que as bases vão ser ouvidas, e o que a base e o diretório resolverem eu vou acatar. Lamento, caso não venha a caminhar junto comigo. Lamento muito. Eu acho que o PT é um grande aliado, um aliado que não é de última hora, mas de primeira hora. Nós sempre caminhamos juntos. Eu espero que o PT, quando for analisar esse assunto, que o examine com muita maturidade, como é de costume. Eu acredito que ainda possa ser revertida essa ideia do presidente”.


BP – “Quanto às comentadas pretensões políticas de seu irmão, Dr. Francisco Eustáquio Rabello, o que você tem a declarar?”


PL – “É uma pretensão muito válida, pois vivemos em um país democrático. Nada vejo ao contrário de qualquer outra coligação, dele ou de qualquer pessoa de minha família que venha a candidatar-se. Nota-se, em Minas Gerais, que muitas famílias lutam juntas e lutam até contra umas das outras. Lá em Uberaba, Uberlândia, nós temos a família Prado, que tem dois deputados estaduais e um deputado federal. Quer dizer que isso é comum, muito comum em Minas Gerais. Por que não em Três Pontas?”




“BP – Foi divulgado que você sofreu decepção com antigos aliados, pessoas que eram ligadas politicamente a você. Essas pessoas – segundo se diz - teriam traído a sua confiança. É possível citar algum nome ou você entende que seria valorizá-las demais?”


PL – “Acho que seria valorizar demais pessoas que não têm o cabedal de receber a nossa amizade. Realmente, houve pessoas que traíram a nossa confiança, mas eu deixo para Deus julgá-las. Eu não vou dar o valor que elas não merecem”.


“BP – A revista ‘Veja’ publicou, recentemente, uma matéria sobre o ‘flagelo’ que a corrupção política causa ao país. Segundo o artigo, os desvios de recursos públicos são tamanhos, que daria para acabar com a miséria no Brasil. Como é que você vê este enfoque?”


PL – “Eu avalio que realmente existem desvios, mas existem órgãos para fiscalizar esses desvios. Eu acho que nós estamos caminhando, nós estamos aí com o governo da presidenta Dilma, e salta aos olhos que ela (Dilma) tem procurado exonerar ministros, diante de qualquer notícia de corrupção. Ela está passando este país a limpo. Realmente, são mares e oceanos de dinheiro, o que poderia acabar com a miséria talvez até do mundo, o que é desviado no Brasil, mas os eleitores são também culpados por essa corrupção que assola o país, pois se os eleitores tivessem escolhido bem seus representantes, eles seriam melhores, e o eleitor tem como cobrar deles, pois o eleitorado é o maior órgão de controle de qualidade dos políticos que chegam ao poder”.




“BP – E quanto à compra de votos? Qual a sua análise?”


PL – “Eu entendo que quem se vende é pior do que quem paga. Ninguém deve se vender, pois ninguém está à venda. Em nenhuma hipótese, o eleitor deve vender seu voto, pois o voto não é apenas para aquele momento, mas para quatro anos. O corruptor e o corrupto devem sofrer a mesma pena, mas quem se vende é pior do que quem compra. Quem tem o dinheiro, tem maior poder de subjugar aquele que está necessitado. Eu acho que falta uma lei específica para punir a compra de votos no Brasil. As eleições deveriam ser custeadas com dinheiro público”.




“BP – Durante seu governo, você teve a oposição sistemática de uma ONG. O mesmo não ocorre em relação ao governo atual, pelo que se observa. Qual é a sua consideração sobre este tema?”


PL – “Essa questão é muito simples. É só ver as pessoas que compunham essa ONG e ver as pessoas que estão, hoje, ocupando cargos em comissão, de livre nomeação, nos quadros da prefeitura, com as pessoas que faziam ou fazem parte dessa ONG, ou extinta ONG”.


“BP - A respeito do conhecido estelionato eleitoral (candidatos que prometem tudo ao eleitor, em especial coisas irrealizáveis), o que você tem a dizer?”


PL – “Realmente, nas duas vezes em que fui candidato, eu nada prometi. Você só pode prometer o que pode ser cumprido. Eu entendo o estelionato eleitoral como tudo aquilo que alguém promete que não pode ser cumprido. É a chamada ‘venda de ilusões’. Mercador de ilusões eu não sou. Eu sou contra essas promessas mirabolantes. Quando a promessa é demais, cabe ao eleitor entendê-la como um engodo. As pessoas não podem ser enganadas, como foram no passado e poderão ser no futuro. O eleitor tem de rejeitar o engano, através do voto. Não se pode fazer o povo de bobo, como já fizeram na vez passada. Promete-se o céu, e ninguém tem como prometer o céu. Primeiro, temos de colocar os pés no chão e prometer somente o que é palpável, aquilo que pode ser realizado, e aqui em Três Pontas promete-se o irrealizável, promete-se ilusão. Eu não sou mercador de ilusões, por isso, nas duas campanhas que disputei, não vendi ilusões para as pessoas. Prometi projetos palpáveis de serem executados. Não sou de formular ataques, mas de apresentar projetos de realização possível e concreta”.


(Entrevista concedida a José Maurício, em 21 de novembro de 2011).

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